20 de novembro:A Importância do Dia da Consciência Negra segundo a presidente do Sindcruz
O Dia da Consciência Negra é mais do que uma data no calendário; é um marco de luta, memória e resistência. Como mulher negra e militante do movimento sindical, essa data carrega um significado profundo em minha trajetória e na de tantos outros que buscam a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.Este dia nos convida a refletir sobre o legado de Zumbi dos Palmares, símbolo de resistência contra a escravidão, e sobre a força de tantas mulheres negras que, como Dandara, lutaram pela liberdade e dignidade do nosso povo. Ele também nos lembra que, embora tenhamos avançado, ainda há muito a ser feito para desmantelar as estruturas do racismo e do machismo que continuam a nos oprimir.
Ser uma mulher negra no Brasil significa enfrentar, diariamente, as interseções do racismo e do sexismo. É viver as desigualdades que nos afastam de oportunidades e direitos básicos, mas também é resistir com coragem e transformar o espaço ao nosso redor. Militamos não apenas para sobreviver, mas para prosperar, para ocupar espaços que historicamente nos foram negados e para assegurar que as próximas gerações encontrem caminhos menos árduos.
O Dia da Consciência Negra é também um momento de
celebração: da cultura, da ancestralidade, da força coletiva que une as
comunidades negras. É o momento de afirmar nossa identidade, de contar nossas
histórias e de honrar a memória daqueles que vieram antes de nós.
Enquanto mulher negra e militante, vejo nesse dia um chamado
à ação. É uma oportunidade de fortalecer a luta por políticas públicas que
promovam equidade, por uma educação antirracista e pela valorização da história
e da cultura afro-brasileira. É um lembrete de que a luta pela consciência
negra é, antes de tudo, uma luta pela transformação do Brasil em um país
verdadeiramente inclusivo e democrático.
Seguimos firmes, com a certeza de que nossa luta é justa e
essencial. Afinal, celebrar a Consciência Negra é, sobretudo, reafirmar que
nós, mulheres negras, somos protagonistas de nossas histórias e da construção
de um futuro mais igualitário.
Joelma Santana.
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